Como desmistificar um dos maiores tabus do Brasil e do mundo?

Como desmistificar um dos maiores tabus do Brasil e do mundo?

A Associação Brasileira de Psiquiatria possui uma cartilha sobre o tema suicídio, onde entre outras informações, passa orientações sobre como identificar comportamentos suicidas, bem como, como tratá-los na mídia. Dessa forma, dá-se maior importância ao papel da imprensa no processo comunicar corretamente o assunto, que é extremamente delicado. Entre outras ações, a ABP lembra, desde 2009, o Setembro Amarelo, mês em que se dá luz aos temas que envolvem prevenção ao suicídio.

A imprensa de modo geral, vive o dilema de divulgar sem ferir a susceptibilidade das pessoas e sem causar danos aos indivíduos e à sociedade. Isso porque, existe a real noção de que a veiculação de qualquer forma suicídio poderia não apenas ser impactante, mas servir ainda como argumento para estimular pessoas mais vulneráveis, tal como um “contagio”.

No Brasil, a cada dia 32 pessoas cometem suicídio e, segundo estudos, cada caso tem importante impacto na vida de até seis pessoas, de forma direta. Infelizmente, estima-se que este número seja  maior, visto que inúmeras declarações de óbito omitem a informação de suicídio. O ato de tirar a própria vida está associado a diversos fatores de risco como condição sociocultural, fator genético, filosófico existencial e ambientais. No entanto, estudos demonstraram que mais de 96,8% dos casos de suicídio caberia um diagnóstico de transtorno mental. Entre eles, os transtornos mentais mais associados ao suicídio são depressão, transtorno de afetivo bipolar, dependência de álcool e outras drogas psicoativas – esquizofrenia e características próprias da personalidade, também podem colaborar para fatores de risco. O perigo é ainda maior quando existe a interação entre mais de um destes componentes.

Isso não significa dizer que todas as pessoas que possuam transtorno mental tentarão se suicidar, da mesma forma que nem todos que cometem o ato possuam, necessariamente, um transtorno específico definido. O que se sabe ao certo é que quem comete o suicídio não possui aversão à vida, mas pretende matar a dor e angústia que sente, decorrente de algum problema agravado por uma saúde mental debilitada.

O combustível e motor de tudo é, invariavelmente, um problema mais complexo do que um acontecimento recente, tal como a perda de emprego ou o fim de um casamento. No mesmo sentido, as condições sociais por si só, tampouco explicam o ato.

Alguns alertas podem contribuir para identificar fatores de risco e como lidar com eles, embora, como dito, são diversos os fatores predominantes.

– Uso de álcool e outras drogas;
– Desesperança e desespero: busca de sentido existencial, razão para viver, falta de habilidade de resolução de problemas;
– Isolamento social, ausência de amigos íntimos;
– Possuir acesso a meios letais;
– Impulsividade.

Veja muito mais na página oficial da campanha no Brasil do Setembro Amarelo.