Por que é importante dar nome aos sentimentos?

Por que é importante dar nome aos sentimentos?

 

Acredita-se que a palavra emoção teve origem no termo movere, do latim que significa mover, e o “e” que a precede denota afastamento. Ao longo de milhões de anos as emoções foram depurando e dando maior agilidade em situações que exigissem reações imediatas, mais rápidas até que uma avaliação racional do acontecimento. Isso porque, “racionalmente” consideraria outras possibilidades como fugir ou lutar, por exemplo, o que poderia ser crucial para a sobrevivência em tempos antigos. 

Expressões faciais típicas de seis emoções básicas: a. alegria, b. medo, c. surpresa, d. tristeza, d. tristeza, e. nojo, f. raiva.

Quanto ao seu conceito, as emoções são definidas como qualquer agitação ou perturbação da mente como sentimento, paixão, estado veemente ou agitado. Em nosso cérebro, essas emoções são organizadas em inúmeras combinações, dando origem a outras e assim por diante.

Até hoje, pesquisadores do mundo todo se esforçam para entender quais seriam as emoções primárias, ou seja, identificáveis em todos de uma mesma espécie. Poderiam, portanto, ser raiva, medo, felicidade, amor, surpresa, repugnância e tristeza. Para entender – e poder observar – cada combinação de emoções, nova ou recorrente, seria necessário, portanto, entender ao menos as emoções consideradas básicas.  

Ao dar-se conta do que se está sentindo diante de determinado estímulo, fica mais fácil mensurar e avaliar se o que sente vai de acordo com o que você realmente pensa, ou se é uma resposta meramente emocional. Geralmente, uma resposta guiada apenas pela emoção é submetida, cedo ou tarde, à avaliação “mais racional”, entretanto, ela não é tão imediata, podendo provocar danos irreversíveis para um relacionamento, por exemplo. 

Não raro, quando isso acontece, é possível perceber as distorções cognitivas relacionadas a determinadas situações. Vamos a um exemplo. Supomos que uma pessoa que, ao enxergar outra chorando, sente um desconforto tão intenso que se aproxima da ira. Não sente compaixão, como era de se esperar. Após algumas horas, sua aptidão racional questiona aquela reação ao ver aquele sujeito e sugere que o sentimento não condiz com o estímulo. Se pergunta o porquê? Uma investigação mais aprofundada com um psicanalista lhe mostra, posteriormente, que aquele desconhecido em prantos havia despertado nele fatos que aconteceram a um ente querido, quando ainda era menino, e que contribuíram para sua infância caótica, o que o traumatizaram.

Travessuras do cérebro desse tipo são comuns em pessoas com transtornos de humor, por exemplo, entretanto, com acompanhamento, acontece um melhor entendimento dos momentos que ficaram marcados negativamente e ressignificá-los.