Somatização

Somatização transfere problemas psicológicos para o corpo

“Só de pensar nisso me dá uma dor de cabeça” expressão que encontra explicação no processo que a medicina chama de somatização.

Não é raro – e até mesmo normal – que ao longo de suas vidas as pessoas passem por situações estressantes que exijam intenso desempenho mental, demasiada atenção e que, a essas situações por vezes, nos referimos como algo que “trará dor de cabeça”. Pois isso, não é apenas uma expressão nem uma coincidência, mas um processo que a medicina chama de somatização. Isso acontece quanto ocorre a transferência para o corpo de sintomas que deveriam ser vividos e suportados apenas pela mente.

Profissionais dedicados à medicina psicossomática consideram que todos os seres humanos acabam por provocar mudanças no corpo físico ao enfrentar determinadas situações emocionais. Na sociedade moderna, por exemplo, este mecanismo é bastante visível principalmente em situações que causem estresse e ansiedade. Nestes casos, podem surgir problemas como palpitações, gastrite, cansaço e, mais comum ainda, dores de cabeça. Além disso, a somatização pode baixar significativamente a imunidade do organismo e possibilitar a manifestação de doenças ainda mais sérias, tais como câncer e outras.

Ainda que a somatização não seja igual para todos os indivíduos, esse mecanismo pode ser explicado cientificamente. Ao falarmos de emoções como raiva, alegria, tristeza e medo, por exemplo, consideramos alterações no organismo que, por sua vez, liberam ou inibem a produção de determinadas substâncias como serotonina, cortisol e adrenalina.

Se submetida a um período muito grande às condições químicas proporcionadas por alguma emoção indesejada, consciente ou não, pode desencadear sérias mudanças no sistema nervoso autônomo, responsável pela manutenção involuntária do corpo como batimentos cardíacos, temperatura corporal, digestão, respiração entre outros sintomas. Percebe-se que o organismo tende a somatizar áreas do corpo que estão fragilizadas ou que estiveram vulneráveis no passado.

De todos os modos, os médicos acreditam que existe um perfil comum a todo comportamento somatizador. Geralmente, ocorre em pessoas ligadas única e exclusivamente ao que é real e palpável, reservando pouco espaço para fantasias e imaginação. Sendo assim, pela dificuldade de extravasar sentimentos e tensões, desenvolvem válvulas de escape artificiais que podem culminar no aparecimento de doenças físicas.

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