Campanha “Postpartum Pressures” atenta sobre as dificuldades de ser mãe

O nascimento de um bebê é um dos momentos mais inesquecíveis para a mulher, bem como, para todos os familiares envolvidos na mesma expectativa. Espera-se que seja um momento de alegria e satisfação. Infelizmente, 7 em cada 10 mulheres passam por dificuldades e impactos emocionais que colocam em risco a saúde mental da mãe, onde até o sentimento de afeto pelo filho pode ser seriamente comprometido. É para esse debate a campanha de uma reconhecida marca de cosméticos, em parceria com o “Postpartum Support International”, busca desromantizar a gestação como um todo e valorizar todo o tipo de rede de apoio e prevenção mental neste momento.

Não raro, mesmo que a gestação e o parto tenham sido bem-sucedidos e a criança seja saudável, a mulher é tomada por certa melancolia sem motivo aparente, também chamado de “blues puerperal”. Pode afetar até 50% das mães, os sintomas iniciam nos primeiros dias após o parto, causados principalmente pelas flutuações hormonais. Afinal de contas, revoluções hormonais aconteceram, neurotransmissores foram “sacudidos” e altas taxas de estrógeno e progesterona atuaram no sistema nervoso central, provocando mudanças de humor, entre elas: instabilidade emocional, ansiedade, insônia, insegurança, também sintomas encontrados na depressão pós-parto, porém no blues puerperal os sintomas são mais leves e tendem a se resolver espontaneamente. 

Porém, quando essa melancolia, que parece não ter explicação, não diminuir espontaneamente e os sintomas se intensificarem, pode ser motivo para preocupação e até mesmo para o desenvolvimento da depressão pós-parto. Além do envolvimento genético, mulheres que já sofrem de alguma doença psíquica antes da gestação, que sofreram traumas durante a gestação e não tiveram apoio familiar ou conjugal estão mais propensas a sofrer de depressão pós-parto.

A taxa de ocorrência da depressão pós-parto no Brasil é de aproximadamente 20%, causando um impacto significativo na relação mãe-bebê, incapacitando-a para as atividades diárias e tornando esse momento importante da vida difícil. A importância da identificação e tratamento adequado pode mudar significativamente a vida da mãe e da criança. Hoje com o avanço da medicina existem medicações e tratamentos psicoterápicos cientificamente eficazes. Buscar a ajuda de um profissional é necessário. Quando não tratada, os sintomas atrapalham a convivência com o bebê, podendo culminar na rejeição do filho, problemas emocionais e de vínculo no futuro para essa criança. Importante refletirmos que a mãe que cuida também precisa ser cuidada. O apoio e a atenção nesse momento são fundamentais.

Texto por Dra. Veronica Ciulla – Dra. Veronica Ciulla (@dra.veronicaciulla)

Link da campanha Postpartum pressures – Baby Dove